ELEMENTAIS: Respondendo a consulta
ELEMENTAIS:
Respondendo a consulta – Agosto 2009.
Pergunta: “O
que seriam os ‘elementais’ na escala evolutiva do Espírito? Em elemento
intermediário?”
Respondendo:
Segundo o
Comandante Edgard Armond, no seu Curso apostilado denominado Iniciação Espírita
(vol. VII, 2ª. Parte, aula 77, Editora Aliança, 1978), no Capítulo denominado ‘Evolução
Anímica’, tratando da escalada evolutiva do princípio espiritual e da evolução
nas formas da matéria que servem àquele princípio, afirma que na Natureza
existem “agentes invisíveis de categoria
inferior” na hierarquia espiritual, que “colaboram
no Plano Divino para a harmonia universal”.
A
seguir, no contexto do ponto exposto, o autor denomina esses “agentes” segundo categorias: gnomos, ondinas, silfos e salamandras, aduzindo que são eles “colaboradores da maravilhosa obra divina,
todos, como tudo, produto do infinito amor de Deus”, e complementa
afirmando que “miríades de Espíritos, dos
mais variados graus evolutivos, estão em constante trabalho”.
O
Autor não explicita cada um desses “seres”, mas encontramos na literatura que
se interessa pelo assunto que os ditos elementais foram concebidos originalmente
pelo alquimista medieval Paracelso (1493-1541) que afirmava que eles “não
seriam nem criaturas espirituais nem materiais, embora compostos de uma
substância que pode ser chamada de éter”, explicação essa de difícil
compreensão (a não ser que conotemos como perispírito). Mas, ele dá uma
conotação que é aceita até hoje por aqueles que defendem a tese de que os
elementais existem: “esses seres
ocupariam um lugar entre os homens e os espíritos”, ou seja, uma transição
da fase do princípio espiritual no reino animal para a fase do reino hominal,
numa conceituação mais moderna.
E
mais: gnomos seriam habitantes ou
agentes da terra, ondinas das águas,
silfos do ar e salamandras do fogo...
Uma
coisa é certa: em termos da Codificação, a primeira vez que Kardec ou os
Espíritos tocaram nesse assunto, pelo menos nessa denominação de seres, foi na
questão n. 103 do Livro dos Espíritos, ao tratar das diferentes ordens dos
Espíritos e ao discorrer sobre a Nona Classe, ou seja, dos Espíritos Levianos,
a que adjetivou de ignorantes, maliciosos, irrefletidos e zombeteiros e que se “metem em tudo, a tudo respondem, sem se
incomodarem com a verdade. Gostam de causar pequenos desgostos e ligeiras
alegrias, de intrigar, de induzir maldosamente em erro, por meio de
mistificações e de espertezas.” É quando Kardec adiciona: “A esta classe pertencem os Espíritos vulgarmente
tratados de duendes, trasgos, gnomos, diabretes”, vale dizer que atribui-os
ao vulgo, à crendice geral, O
Codificador repetiu exatamente os mesmos conceitos e nomes no livro “Instruções
Práticas Sobre as Manifestações Espíritas” (1858), no capítulo denominado
Escala Espírita, muito provavelmente porque um Espírito de nome Muhr deu uma
comunicação (transcrita na Revista Espírita de Novembro de 1858), em cujo diálogo
se referiu a gnomos, conceituando-os como “seres
que poderiam materializar-se e tomar formas fantásticas”, concluindo que a
palavra gnomo “parece ter muito de magia”...
Vê-se, assim,
que essa configuração de seres tratados no Livro dos Espíritos, crendice ou
não, difere -- e muito
-- do quanto alguns outros
autores disseram a respeito deles.
Confira-se
algumas obras mais recentes, psicografadas
-- derivadas da produção de
alguns médiuns -- que acabaram por tratar do assunto, como se
ele fosse absolutamente natural dentro dos conceitos e princípios doutrinários:
--
Carlos Baccelli, na obra psicografada ditada pelo Espírito Paulino Garcia
chamada “Espíritos Elementais” , Cap. 9 (Fenômenos Ambientais) retrata um
diálogo entre o Dr. Odilon Fernandes e Paulino, onde estampa: “...os Espíritos Superiores que participaram
da Codificação informam que os elementais, ou seja, as criaturas espirituais de
natureza mais primitiva que a nossa, se reúnem em ‘massas inumeráveis’ e se
transformam no agentes das Leis que regulam certos fenômenos do mundo
físico...” E acrescenta que se está tratando das nevascas, dos terremotos etc.,
e informando, por exemplo, que o fenômeno natural devastador chamado de ‘El Niño’
nada mais seria que “ação de entidades
elementais que, com base nas emanações do pensamento das criaturas encarnadas,
têm provocado os transtornos ambientais que assolam a Humanidade.” Isso,
sem deixar de, em aparente contradição, afirmar que “os elementais também agem, digamos, como executores da Vontade Divina,
que, por sua vez, se determina através de seus Ministros em todos os quadrantes
do Universo.”
- --
O Dr. Marcel Benedeti, no livro “Todos os Animais Merecem o Céu”, vai mais
longe ainda (Capítulo O Incêndio): após afirmar que os elementais “são seres intermediários na evolução
animal; estão em estágios entre uma e outra espécie animal”, seguindo exatamente
os mesmos conceitos de Paracelso, antes citado, dá um exemplo: “um felino selvagem antes de passar para o
estágio de felino doméstico, deve passar pelo estágio de fauno, a fim de
aprender algo sobre a nova espécie ou gênero em que irá ingressar. Aprendem
sobre a cooperação e, principalmente, sobre convívio pacífico dentro de um
outro grupo novo, auxiliando quando necessário. Como seu objetivo principal é
se tornar um ser humano, futuramente, apresentam algumas características que
lembram símios ou humanóides.”
Depois dessa
digressão -- que consideramos a opinião isolada de um
Espírito, pois que tais informações são tratadas num diálogo supostamente
travado no mundo espiritual --, são explicitados os vários ‘Espíritos da
Natureza’ (denominação lá contida) os vários tipos: elementais do fogo -
Salamandras; os elementais da atmosfera
-- os Silfos; os elementais do vapor e das águas -- as
Ondinas, não se referindo aos gnomos, mas falando de passagem em ‘elfos’ e
‘faunos’.
Para
finalizar, ao consultar algumas informações contidas no mundo das especulações
relativas ao assunto, só encontramos opiniões feitas por teósofos, ocultistas,
esotéricos, mágicos e até por especuladores das personalidades dos anjos, que
denominam os tais elementais de “primos dos anjos”...
De
opinião de espíritas ou de Espíritos, nada encontramos, a não ser uma breve
referência ao estudo de G. Vale Owen, que teria tratado do assunto na obra “A
Vida Além do Véu: as regiões inferiores do Céu”, mas que não encontramos para
análise.
Portanto,
concluindo, reafirmamos, embora um pouco céticos: o assunto deve ficar na
“prateleira” das especulações e pesquisas para sabermos se, no futuro, algum
espírito de alta formação moral e intelectiva se manifeste sobre a existência
ou não dos ditos elementais.
Francisco Aranda Gabilan
Inverno de 2009.
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