ESQUECIMENTO DO PASSADO - artigo para Revista Espiritismo&Ciência
POR QUE, AO REENCARNARMOS, NÃO TEMOS A LEMBRANÇA DE VIDAS ANTERIORES?
O
esquecimento do passado, aparentemente, implicaria em um obstáculo ao
aproveitamento da experiência das existências precedentes, anteriores.
Mas,
tal não se dá e há uma razão lógica para que tal se dê: em primeiro, é de se
afirmar que na natureza não há lugar para providências inúteis, sendo que todo
efeito corresponde a uma causa e esta deve ser útil; no caso, a lembrança do
passado importaria em inconvenientes graves para a criatura, que, ou, em alguns
casos, poderia provocar-lhe humilhações, ou então exaltar o orgulho,
dificultando, em ambos os casos o exercício do livre arbítrio, além de trazer
perturbações sérias às relações sociais.
Simplificando,
como o fez Kardec, tenha-se presente que amiudemente o Espírito renasce no
mesmo meio em que já viveu, encontrando-se relacionado com as mesmas pessoas,
de sorte a, eventualmente, reparar algum mal que lhes tenha feito. Se, por
acaso, nelas reconhecesse aquelas com quem antes tivera uma relação de ódio,
muito provavelmente esse ódio ressurgisse. Ao contrário, se fosse o ofendido,
e, por certo, poderia renascer um desejo de vingança ou de impor humilhação aos
ofensores do passado que agora reconheceria, não existisse o esquecimento em
comento.
Tomando
um novo corpo, a alma tem necessidade de adaptar-se a esse instrumento; assim,
precisa abandonar a bagagem dos seus vícios, dos seus defeitos, das suas
lembranças nocivas, das suas vicissitudes do passado. Em uma palavra, precisa
de uma nova oportunidade de vida, sendo-lhe oferecido pela lei divina e natural
um instrumento “virgem”, a fim de que possa reconstruir a sua sorte na linha da
evolução, já evoluir é um imperativo da lei.
Mas,
o esquecimento só existe durante a vida corpórea. Ao retornar à vida
espiritual, a lembrança do passado, das encarnações anteriores, é reencontrada
e passível de ser revista, propiciando que sejam reavaliados os atos e decidido
pelas corrigendas necessárias.
F.A. Gabilan.
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