HERCULANO PIRES, O APÓSTOLO DE KARDEC
HERCULANO PIRES, O APÓSTOLO DE KARDEC
O
título acima é exatamente o título do livro que Jorge Rizzini escreveu sobre J.
Herculano Pires.
Para
a familiarização dos leitores, Herculano foi, numa síntese apertada, mas clara
e verdadeira: jornalista, mestre e professor
de filosofia, escritor, crítico literário, parapsicólogo, romancista, poeta e
um fiel tradutor de Kardec e denodado divulgador da doutrina espírita. Não foi
sem razão nem exagero que Emmanuel sobre ele disse: "o metro que melhor mediu Kardec" e "a
maior inteligência espírita contemporânea".
Escreveu e publicou muitas obras de
peso, sempre seguindo uma linha de pensamento racional, entre elas; O Espírito
e o Tempo, Agonia das Religiões, Curso Dinâmico de Espiritismo (O Grande
Desconhecido), Mediunidade - Vida e Comunicação, Barrabás, que recebeu um
prêmio do Departamento Municipal de Cultura de São Paulo, constituindo o
primeiro volume da Trilogia Caminhos do Espírito. Publicou em 1975, Lázaro e
com o romance Madalena concluiu a Trilogia.
Mas, apesar dessas
diversas obras, além de outras em parceria com F. C. Xavier (Chico
Xavier pede Licença, Na Era do Espírito, Astronautas do Além
e Diálogo dos Vivos), quase
sempre se assinando Irmão Saulo, a que nos chamou a atenção foi sua obra como
educador-espírita ou como espírita-educador: suas teses e posturas no sentido
de definir o que é a educação, a educação integral, como despertá-la nas
crianças, no âmbito familiar, como entendê-la e aplicá-la no âmbito da
religião, nas escolas, foram sempre as mais amplas, claras e convincentes.
Especialmente o destaque que sempre deu à educação e a pedagogia cristã e o
nascimento da educação espírita.
Nesse sentido, escreveu e legou para a
posteridade uma obra ímpar e que marcou história na vida do Espiritismo no
Brasil, denominada “Pedagogia Espírita” (1985), que visa e batalha pela
formação do “novo homem”, baseado na pedagogia de Jesus, na pedagogia da
esperança, sob a didática de Kardec, formulando as bases para uma educação que
construísse um mundo novo, realçando a necessidade de serem criadas escolas de
espiritismo, sempre fundadas na psicologia espírita da educação.
Essa obra foi a síntese da grande série de
artigos que desde 1970 escrevera em uma revista que fundou e manteve sob o
título “Educação Espírita”, declarando que tal publicação era uma contribuição
espírita para o Ano Internacional da Educação.
Suas teses iam desde a profundidade
filosófica, passando pela psicologia e humanismo pedagógico, mas desciam até a
simplicidade de recomendações de como se fixavam as bases cristãs para a
formação da educação dos filhos e alunos em tenra idade. Eis algumas palavras
suas, em entrevista da época, nesse sentido:
“A Educação Espírita
começa no lar. Nas famílias espíritas é dever dos pais iniciar os filhos nos
princípios doutrinários desde cedo. A falta de compreensão da doutrina faz que
certas pessoas pensem que as crianças não devem preocupar-se com o assunto.
Essas pessoas se esquecem de que os seus filhos necessitam de orientação
espiritual e que essa orientação será tanto mais eficiente quanto mais cedo
lhes for dada. Os espíritos que se reencarnam em famílias espíritas já vêm para
esse meio para receberem desde cedo o auxílio de que necessitam. Os pais que, a
pretexto de respeitar a liberdade de escolha de quem ainda não pode escolher,
ou de não forçar os filhos a tomarem um rumo certo na vida, deixam de iniciar
os filhos no Espiritismo, estão faltando com os seu deveres mais graves.
Descuidar da educação espírita dos filhos é negar-lhes a verdade.”
E conclui, falando sobre
qual é a melhor maneira de desenvolver a educação espírita no lar, com uma
simplicidade ímpar e de clareza meridiana:
“É organizar
festinhas domingueiras com prece, recitativos infantis de tema evangélico,
explicação de parábolas, canções espíritas e brincadeiras criativas, que ajudem
a despertar a criatividade das crianças. Espiritismo é alegria, espontaneidade,
sociabilidade. Essas festinhas preparam o espírito da criança para o
aprendizado nas aulas dos Centros e para as aulas de Espiritismo na escola.”
Nada mais oportuno e
atual, que se dê destaque à atualíssima afirmação de Herculano no fecho da obra
Pedagogia Espírita, embora escrita há quase três décadas:
“Não é mais possível educar as
gerações novas seguindo nenhum dos tipos anteriores de Educação. Daí a rebeldia
que vemos nas escolas, a inquietação da juventude, insatisfeita com a ordem
social e cultural, ambas obsoletas, em que se encontram.”
Francisco Aranda Gabilan
Site: www.infoespirito.com.br
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