HOMICÍDIOS, ESTUPROS, CRIMES HEDIONDOS...que mundo é este?


HOMICÍDIOS, ESTUPROS,

CRIMES HEDIONDOS... que mundo é este?!

 
         Os jornais, as revistas, o rádio, a televisão, a mídia em geral, noticiam todos os dias espetáculos dantescos: homicídios bárbaros, coletivos e individuais; estupros de crianças, adolescentes e mães de família; seqüestros, com ou sem mutilações das vítimas; assaltos mirabolantes de empresas públicas e privadas; “arrastões” de pessoas indefesas e que procuram um mínimo de descanso e lazer; etc., etc., etc.

         Diante disso, o Ser indignado pergunta: não teriam os Espíritos se enganado quanto ao progresso lento e gradual da Humanidade (LE, 783), já que transparece uma violência brutal, já que existem seres grotescos que praticam toda a sorte de barbaries contra os demais seres indefesos, que vivem aprisionados em suas próprias casas? Por que tais ocorrências de tamanha ferocidade? Quem são esses espíritos encarnados que apresentam tanta degradação moral e que desrespeitam os mais comezinhos princípios do direito natural das criaturas e que violentam indiscriminadamente seus semelhantes?

         Parece difícil responder, mas há respostas. Os Espíritos auxiliares da Codificação têm tais respostas.

         Embora não nos demos conta e nem nos detemos em conceber, existem seres na criação  --  Espíritos também em evolução, como todos  --  que conseguem literalmente burlar a lei gradual da progressão evolutiva: criaturas vindas de mundos inferiores da Terra ou de povos muito atrasados do próprio Planeta, por quererem dar um “salto” na escalada do desenvolvimento espírito-social, ou seja, por quererem subir mais alto do que podem e devem, resultam deslocados do meio em acabaram por nascer. Em razão disso, denotam instintos e costumes bárbaros que conflitam com o meio e com os hábitos da civilização, chocando com a postura dos homens com quem acabam por conviver.

         Daí a ocorrência de personalidades tão cruéis, capazes de atos de brutal selvageria contra seus supostos semelhantes.

         Kardec, há 140 anos atrás, já havia notado essa anormalidade de comportamento de alguns homens encarnados no seio da civilização boa, ordeira e em franco desenvolvimento. Por isso perguntou aos Espíritos (LE, 272) como poderia dar-se que tais Espíritos poderiam encarnar em flagrante perturbação da normalidade geral.

         Os Espíritos esclareceram: “Alguns há que se extraviam, por quererem subir muito alto. Mas, nesse caso, ficam deslocados no meio em que nasceram, por estarem seus costumes e instintos em conflito com os dos outros homens”.

         E Kardec, com a habitual precisão, acrescentou judiciosas observações, em nota à questão em foco: “Tais seres nos oferecem o triste espetáculo da ferocidade dentro da civilização. Voltando para o meio dos canibais, não sofrem uma degradação: apenas volvem ao lugar que lhes é próprio e com isso talvez até ganhem.”

         O Codificador, sempre incansável pesquisador da verdade, não esmoreceu diante de tema tão delicado e questionou novamente os Espíritos de sapiência sobre o mesmo assunto (LE, 755, no Capítulo que trata da Lei da Destruição): “Como pode dar-se que, no seio da mais adiantada civilização, se encontrem seres às vezes tão cruéis quanto os selvagens?” Os Cooperadores do Alto responderam: “Do mesmo modo que uma árvore carregada de bons frutos se encontram verdadeiros abortos. São, se quiseres, selvagens que da civilização só têm o exterior, lobos extraviados em meio de cordeiros. Espíritos de ordem inferior e muito atrasados podem encarnar entre homens adiantados, na esperança de também se adiantarem. Mas, desde que a prova é por demais pesada, predomina a natureza primitiva.”

         Eis porque nos deparamos com seres profundamente perversos, desumanos, desapiedados, tirânicos, implacáveis, atrozes, cruentos, sangrentos, insensíveis, duros e tiranos.

         Mas, não nos desesperemos: apesar dessa perversidade, nosso mundo é “mais bom” que ruim; ele avança sempre. “Observa o conjunto e verás que o homem se adianta, pois que melhor compreende o que é mal, e vai dia a dia reprimindo os abusos.”(LE, 785) “Faz-se mister que o mal cheque ao excesso, para tornar compreensível a necessidade do bem e das reformas.”

         Uma consolação esperançosa na aritmética: somos 6 bilhões de encarnados no Planeta; nós achamos que não existem nem 50.000 pessoas profundamente más e cruéis; mas, se exagerando ao extremo, tivermos 100.000, 200.000, 500.000, ou em total descalabro, 600.000 criminosos sórdidos e repugnantes (o que é um número impossível de ser real...), então teremos a cifra insignificante de 0,01% das criaturas encarnadas na gleba terrestre com tal postura tenebrosa e trevosa. Os outros 5.999.400.000 encarnados são pacíficos e relativamente bons, que ao menos estão resignadamente na senda do cumprimento de suas expiações e provas... candidatos potenciais à regeneração.

         E la nave vá! Com Deus no leme. E nós  --  todas Suas criaturas  --  rumo à inevitável perfeição (LE, 116).

 
Francisco Aranda Gabilan


 

(Extraído do Livro “Entre o Pecado e a Evolução”, Editora DPL, do mesmo autor)

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