Um depoimento: Momentos Mediúnicos
UM DEPOIMENTO: MOMENTOS MEDIÚNICOS (*)
Francisco Aranda
Gabilan
Quando
afirmamos em aulas que a mediunidade pode (e deve) ser treinada e que, assim,
se deve “dar oportunidade” para que ela se manifeste em suas múltiplas formas,
muitos alunos contrapõem a dúvida: será que podemos mesmo obter uma
manifestação? E vão mais longe: para confirmar, gostariam que fosse uma
manifestação inequívoca, ou seja, por uma forma que não deixasse nenhuma dúvida
quanto à origem e autenticidade...
Bem, se
servir de estímulo, aí vai: além da mediunidade intuitiva (aquela que me
propicia escrever artigos, pesquisar, dar aulas e fazer palestras), raríssimas
vezes ao largo da minha existência como filho de ventre espírita, tive
manifestações de vidência e de audiência. Melhor especificando, cerca de três
vezes, ainda assim em aula de exercícios de educação mediúnica, quando aluno
dos cursos da FEESP, lá se vai cerca de um quarto de século. Manifestação de
efeitos físicos, então, nem de longe!
Mas
‑- felizmente, sempre existe um mas ‑- continuamente
exercitei, em momentos adequados e propícios, a psicografia. De um modo geral,
os resultados foram daqueles que os alunos entendem como “difícil de afirmar
sobre sua veracidade”, pois que não passaram de textos comuns, muitos até razoavelmente
bons quanto ao fundo e forma, rarissimamente assinados. Entretanto, algumas
raras vezes (raras mesmo, pois que não se deve ficar importunando os Espíritos
com questões menores), encareci aos amigos espirituais que me passassem “algo
especial”, e, nessas raras vezes, obtive o resultado esperado:
recepcionei poemas, com mensagens que considerei edificantes e com técnica
métrica adequada para cada caso.
Está
claro para mim, acreditem, que restou induvidosa a “origem” dos poemas, pois
que de poeta só tive incursões estudantis, do tipo “adolescente” e raros
lampejos na mocidade, influenciado pelas leituras, no meu tempo obrigatórias.
Vejamos
dois exemplos:
Uma
madrugada, após ter relido Paulo e Estêvão, muito emocionado e impressionado
pela luta interior e pela personalidade que se burilou no apóstolo dos gentios,
pus-me a buscar um contato espiritual, pois “senti” essa possibilidade naquele
instante.
Eis
o resultado imediato:
“Há um espinho
Encravado em
minha carne:
Um incômodo,
um fel!
Quando atua,
Desço às
profundezas da dor
Interior,
E clamo aos
céus para o amparo
Necessário,
Para não
lançar-me nas trevas
Dos sonhos e
paixões.
A recomendação
Da “minha voz”
interior
De comedir-me,
De vigiar
sempre,
Constitue-se
no anteparo
Na muralha
Do meu
refreio.
E sossego...
E dormito.
Até que o
vulcão de fel
Desabroche
outra vez
Sob minha
pele.
E aí, há um
espinho...”
Lembram-se
do esmerado Paulo?: “Se convém gloriar-me, gloriar-me-ei no que diz respeito à
minha fraqueza” (II Cor, 11:30). “E, para que me não exaltasse pelas
excelências das revelações, foi-me posto
um espinho na carne, mensageiro de Satanás.” (idem, 12:7).
Mais
recentemente, tinha de fazer uma homenagem, na festa de aniversário de 25 anos
de casamento da Maria Helena e do Milton
‑- casal magnífico,
tarefeiros do Centro Espírita O Semeador, de Alphaville. Chegado o dia, não
queria repetir os velhos chavões dessas oportunidades, em que muitas vezes me
vi enredado. Então, horas antes da reunião, pedi ajuda aos amigos espirituais,
que me inspirassem a dizer o que fosse o menos corriqueiro e que contivesse, ao
mesmo tempo, uma mensagem de apreço e carinho por tão dedicados amigos. Veio
logo a resposta: peguei de caneta e papel e, pouco tempo depois, estava
pronta “minha” homenagem, que à noite li de público -‑
o texto impresso a sensível Maria Helena mandou enquadrar!
‑- pedindo a eles licença
para aqui reproduzir, até mesmo para prestar-lhes uma nova e merecida homenagem:
“25 ANOS!
Para Maria Helena e Milton,
Eis que a Lei da Atração se
estabelece
No infinito ‑‑ Sistema
Luminoso –
Unindo dois corpos irmãos,
celestes,
Num elo forte, perene, ditoso.
São duas estrelas – Sistema
binário –
Gêmeas mesmo quanto aos atributos:
Mesma cor, mesma luz – um
lampadário
Gerando força e vida, gerando
frutos!
Mercê da bondade do Pai Criador
As estrelas reencarnam unidas
agora
No orbe terrestre: um é a
haste a outra a flor;
Recebem nomes: ela é Helena, é
Maria,
Ele Milton – e as almas seguem
jungidas,
Como só um anjo com outro faria.”
Em nenhum
dos casos consegui divisar um nome, uma assinatura dos Espíritos inspiradores.
Mas isso não tem a mínima importância. O que vale mesmo é a convicção firme de
que quando queremos “nos conectar”, a conexão se faz.
É
um modesto depoimento para incentivar os estudantes, desejosos do contato com
os Espíritos, esses amigos amoráveis que acabam nos dando provas cabais da
autenticidade da mensagem.
(*) Extraído do livro do autor “Entre o Pecado e a
Evolução”, ed. DPL
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