Divórcio, Aborto, Suicídio - breves considerações
DIVÓRCIO e ABORTO: a consolação da Doutrina Espírita
A marca mais forte do Espiritismo é a CONSOLAÇÃO. É
Doutrina consoladora porque de uma vez por todas afastou --
usando da razão e do bom-senso
-- todos os temores impostos
pelas religiões mais notórias.
Os companheiros não precisam de muito esforço para
lembrar-se dos terrores que assolaram nossas mentes quanto ao chamado
pecado -- nossos erros, nossos desacertos na vida comum.
Que coisa terrível foi pensarmos que algumas
atitudes nossas poderiam nos “fechar as portas do céu” e arremessar-nos no
inferno!
Pior ainda: ficamos na perene angústia de
aguardarmos o implacável Dia do Juízo Final, quando, então, poderemos receber a
nossa sentença final...
Terrível pensarmos (e como fomos assim amedrontados
pelos dirigentes religiosos) que colocamos toda uma vida a perder em razão de
uma falta cometida, de um erro, de um deslize, de um pecado, enfim.
Terrível ainda pensar-se que não teremos direito a
apelação e que nos só temos uma vida para resolver isso!
Mas, os Espíritos
-- cumprindo uma previsão de
Jesus, que os mortos falariam aos homens caso não se conscientizassem de suas
responsabilidades -- cansados de tantos erros, comunicaram-se e
abriram aos homens uma porta clara e ampla: demonstraram e provaram que a morte
não lhes modificara a constituição espiritual, que continuavam “vivos” mais que
nunca e que sua sorte não estava selada
-- nem céu, nem inferno! -- mas
a continuação da vida, com todos seus percalços e com todos seus benefícios.
A maior de todas as consolações --
também prevista nos Evangelhos várias vezes -- foi
a revelação da possibilidade da Reencarnação:
é uma consolo saber-se que poderemos retornar ao mundo material para repetir
experiências fracassadas ou mesmo para completar aquelas inacabadas.
Quer dizer, então, que podemos cometer toda a sorte
de erros que não acontecerá nada? Poderemos, então, “bagunçar o coreto”?
Não. Nada disso!
Nós seremos responsáveis por nossos atos, se eles
lesarem alguém. Ou seja, iremos colhendo
-- pela lei de ação e de reação,
de causa e efeito -- aquilo que formos semeando em nosso caminho.
Lembram-se de Jesus falando sobre isso: a cada um segundo suas obras?
Ora, a temática relativa ao divórcio e ao aborto (e
ainda de quebra o suicídio) diz exatamente respeito a alguns desvios que podem
ocorrer em nossas vidas: a) o divórcio - desfazimento de um lar; b) a prática
de um aborto; c) a tentativa de suicídio ou mesmo de induzimento a ele em
decorrência dos dois itens anteriores.
São todas atitudes que implicam em sérias
responsabilidades.
E o Espiritismo não iria nem recomendar, nem
acobertar nenhum desses desvios.
Muito menos absolver, porque na Doutrina Espírita
não há sacerdotes nem patriarcas que estejam investidos de falsos poderes de
julgar seus semelhantes.
Mas, como se viu, a Doutrina Consoladora não reserva
o Inferno para alguém que tenha quebrado as relações familiares, ou que teve a
desdita de enredar-se em um abortamento, e até mesmo que tenha pensado em
acabar com a própria vida em decorrência de seus desatinos.
O que o Espiritismo faz é consolar a criatura,
mostrando a ela as conseqüências dos seus erros e atos e a possibilidade de
reformar-se, de modificar-se, ou redimindo ou diminuindo o peso de seus
débitos.
O Espiritismo convida ao envolvido em um desses
desvios a analisar as causas
dos atos praticados, assim:
No divórcio,
no desquite, na separação: a) analisar se não foi o único culpado da separação
do casal; b) se estava havendo violência ou se acabaria nisso -- e Deus
e a Natureza não admitem violências, razão porque às vezes a separação é mal
menor.
Se nada disso houver, então já terá havido a
conscientização do interessado: deve procurar reajustar-se à existência (atual)
servindo à humanidade... Se não estiver conscientizado, resta-lhe o consolo de
que o casamento desfeito é um débito (um reajuste) adiado, e, em alguma
encarnação adiante, terá que repor de alguma forma o mal causado. Não por
castigo, mas por efeito da Lei: causa e efeito; ação e reação.
Agora o aborto:
a) se foi consciente, mude-se, repense o assunto e saiba que foi grave violação
não ter permitido a um espírito reencarnar. Mas, redima-se do erro não o
repetindo e aguardando o reencontro com esse ser para o reajuste --
hoje, ou no futuro. Não se anule, não se mortifique, nem se suicide, que
a vida continua...apesar de tudo! b) Se não foi consciente, se houve
induzimento de outras pessoas, então sua responsabilidade é bem menor do que
aqueles que induziram -- pais, parteiros, médicos, enfermeiros etc.
Já o suicídio,
também não será solução para a fuga dos problemas criados nos desvios anteriores:
O Espiritismo permite -- por via do fato mediúnico -- que
os próprios suicidas venham dizer-nos que, não só não solucionaram o problema
que os levou ao ato extremo, como ainda estão “vivos” e, agora, como dois
problemas: o antigo e o novo gerado pela violação das leis da vida.
O Espiritismo, pois, trabalha preventivamente para
que as pessoas saibam das responsabilidades em praticar atos que possam agravar
sua situação futura e não para mandá-las para o fogo eterno.
Ensina o Evangelho para a criatura, mostra a ela
quem é, de onde veio e para onde vai; mostra a ela que o progresso é infinito e
constante e que a Reforma Íntima
conduz a uma mais rápida busca da perfeição e da paz.
Com isso, consegue seus objetivos: torna o Ser
verdadeiramente cristão,
identificado com o Criador, de quem é, sem dúvida, uma centelha.
Jesus disse: “Vós sois deuses”. Acreditem, é
verdade!
Francisco
Aranda Gabilan
fagabilan@uol.com.br
04/09/00
14:09:45
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